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A Verdade por Trás dos Arquétipos.
Nos últimos anos, os arquétipos viraram moda no marketing digital.
Todo mundo agora tem “marca com alma”, “posicionamento magnético”, “voz arquetípica” e outras expressões que parecem profundas — mas na prática, entregam pouca estratégia e muita purpurina.
Você provavelmente já ouviu algo assim:
“Você precisa descobrir se sua marca é Amante, Mago ou Governante.”
E aí, como num teste de BuzzFeed, o profissional escolhe um arquétipo, coloca uma cor, um tom de voz, muda umas palavras no Instagram…
E acha que agora está tudo resolvido.
Mas deixa eu te contar uma coisa que ninguém fala:
Arquétipo não é identidade.
Não é estratégia.
E, sozinho, também não vende.
O Que São, de Fato, os Arquétipos?
Arquétipos são energias universais, sim.
Eles ativam camadas emocionais inconscientes nas pessoas.
O Governante evoca respeito e ordem.
O Amante desperta desejo e conexão.
O Herói chama pra superação e conquista.
Mas isso é só uma lente.
Não é o mapa.
É um fragmento da personalidade, não o sistema completo da marca.
Você não se posiciona só por energia.
Você se posiciona com clareza, com propósito, com uma proposta real de valor.
Sem isso, arquétipo vira performance. Vira personagem. Vira fantasia.
O Problema: Quando Arquétipos Viram Caixa
A promessa do uso “comercial” dos arquétipos é sedutora:
“Descubra o seu e tudo se encaixa.”
Mas isso é perigoso — porque reduz a complexidade humana e a singularidade de uma marca a 12 estereótipos pré-definidos.
E aí o que era pra ser uma ferramenta de aprofundamento, vira uma muleta de branding raso:
“Ah, minha marca não vende porque eu não ativei direito a energia do Mago.”
“Meu conteúdo não performa porque estou oscilando entre Inocente e Explorador.”
A real?
Você não está vendendo pouco porque está com o arquétipo errado.
Está vendendo pouco porque está sem posicionamento, sem estrutura e sem clareza.
O Arquétipo Não Substitui o Trabalho de Base
Você pode ter a energia certa…
Mas se sua oferta estiver desalinhada, nada acontece.
Se sua narrativa for genérica, ninguém conecta.
Se seu produto for fraco, o melhor storytelling do mundo não sustenta.
O arquétipo pode ser uma camada de expressão, mas ele não resolve ausência de estratégia.
Não adianta pintar a fachada se o alicerce está rachado.
Arquétipo não é base. É acabamento.
A Marca Não Cabe em Uma Caixa — E Nem Você
Você não é só Mago.
Nem só Herói.
Você pode ter a intensidade do Fora-da-Lei e o magnetismo do Amante.
A sabedoria do Sábio e a simplicidade do Inocente.
Pessoas são complexas.
Marcas também.
Quem tenta embalar tudo em uma única “personalidade mítica” está fazendo o oposto do que o marketing deveria fazer: revelar a verdade.
Você não tem que criar um personagem.
Você tem que revelar um posicionamento.
E posicionamento não vem de um quiz.
Vem de decisão.
Vem de clareza.
Vem de entender profundamente o que você entrega, pra quem, e por que isso importa.
A Conclusão
Os arquétipos funcionam — quando são usados como complemento.
Como textura. Como amplificador. Como camada.
Mas não caia na armadilha de achar que isso é o centro da sua estratégia.
Não é.
O centro é sua verdade.
É a transformação real que você causa.
É a dor que você resolve.
É a posição que você ocupa no mercado com firmeza, mesmo quando não tem nenhum “tom arquetípico” claro.
Isso sim é Real Marketing.
E é isso que separa as marcas que vivem de aparência das marcas que permanecem.
João Pedro Paiva | CEO T3
Real Marketing pra negócios que não querem só aparecer — querem permanecer.